sábado, 19 de julho de 2014

Gilmar Rinaldi, que palhaçada!

A matéria abaixo é de um dos mais renomados jornalista esportivo, Lúcio de Castro, dos canais espn.


"Mata mas não esculacha". Ninguém me contou mas tenho certeza de que foram as palavras de Saddam Hussein ao ser encontrado pelos americanos num buraco em Bagdá. Como um rato. O que eu jamais imaginei é que iria um dia me ver na mesma situação. O 7 x 1 da Alemanha já tinha levado pro buraco. O "mata mas não esculacha" veio ontem, 17 de julho de 2014. Já maltratado e amuado pela escumalha que dirige nosso futebol, sentei-me para ver o anúncio de quem seria o novo coordenador da seleção brasileira. Não que esperasse muito do Zé das Medalhas e Cia. Mas quando Gilmar Rinaldi adentrou sorridente no salão e se confirmou que era ele, entreguei todos os pontos. "Mata logo mas não precisa esculachar tanto assim" era a única coisa que me ocorria.
Só podia ser deboche. No momento mais dramático da história do futebol brasileiro, quando mais do que nunca as coisas tem que passar por uma revolução de ideias, homens e acima de tudo, moral, entra um empresário de futebol, até ali com sua banca virtual de produtos ainda no ar pelas ondas da internet e avisa que ele é o cara que vai tomar conta do galinheiro.
Juro por tudo que é mais sagrado: minha vontade era largar tudo, parar com tanto sofrimento, tanto tapa na cara, tanto desaforo. Mas segui vendo, e não brinco, porque nessas horas temos visões meio alucinadas, nos apegamos nas coisas mais loucas, segui vendo porque por alguns momentos tive a convicção de que a Polícia Federal ia entrar naquela sala de rapel invertido e ia acabar com toda aquela palhaçada. Quase os super homens que iriam nos restituir a glória e as estrelas da camisa e avisar: "perderam, tá todo mundo preso, vocês não podem esculachar tanto assim as pessoas, mexer com o sentimento de tanta gente, ser tão indiferente, tripudiar, ignorar que a tragédia vai crescer".
Não, não aconteceu. O circo nonsense, onde os palhaços somos nós, seguiu. Marin, Del Nero, Gilmar, Gallo...
Enquanto esperava um pé irromper aquela cena descendo uma corda, Gilmar comprovava que não mudou muito em relação ao sujeito que cedeu Adriano (com 19 anos) e Reinaldo por Vampeta (verdade que depois foi ser empresário de Adriano), aquele que achou grande negócio romper com Romário na vigência do contrato (o clube paga até hoje) e aquele que foi o gestor da carreira de Adriano. Em sua fala mais profunda, afirmou que com ele o time não usaria boné com dizeres incentivando Neymar, fora do jogo, e sim Bernard, que estava em campo. (agora pensa bem, imagina todo time da Argentina com boné "Força Enzo Pérez", o substituto de Di Maria, contundido! O que o sujeito ia pensar? Que é café com leite, que precisa disso?) Com efeito, poucas vezes vi algo tão ridículo. É esse sujeito que vai comandar a revolução.
Escolher um empresário de jogadores tem o simbólico de dar um tapa na cara de todos. E foi feito de propósito, imagino que com risadas nos bastidores. Para exibir a impunidade. Não basta ser impune. Tem que execer a impunidade. Desafiar. No tempo do "funk ostentação", queriam ostentar que não estão nem aí pra todo mundo. Sendo Gilmar, o esculacho foi maior. Empresário e como gestor, um zero à esquerda. Assim foi feito.
Depois veio o Gallo, o homem que hoje pensa o futebol brasileiro. Que subiu muito no conceito dos cartolas da CBF na Copa do Mundo. Felipão, que não pode falar nada porque vendeu seus jogadores baratinho quando falava pra jornalistas sobre problema emocional e sobre suas convicções em relação ao grupo, diz que foi vendido por Gallo. E assim vai nosso futebol, de acusação de trairagem em trairagem....
Complementando a pantomima, Gallo citou o "gap" umas 10 vezes.
O novo guru do futebol brasileiro é aquele mesmo que avisou logo ao assumir a seleção que jogador não pode usar brinco, cortar cabelo assim ou assado. É esse o pensamento do guru.
E por incrível que pareça, vi parte de nossa imprensa já tolerante com Gilmar e Gallo. Gostando e impressionada com o discurso do picolé de chuchu Gallo.
Provavelmente a mesma parte da imprensa adesista e frouxa que há um mês deslumbrava-se com os métodos de motivação e a parte táticade Felipão. E que achava normal a nossa Weggis serrana instalada na Comary, com seus 24 homens da CBF TV passeando pela privacidade de recantos sagrados da concentração, com os barracões de patrocinadores e seus clientes apinhados no lugar de trabalho, os treinos ridículos sempre escancarados.
O momento é muito mais dramático do que se pensa. As eliminatórias logo ali na esquina, com todos os adversários em iguais condições e agora sem medo da "amarelinha" lembram que, se acharam que o 7 x 1 foi o fundo do poço, a primeira não ida para um Mundial pode mudar esse conceito e a fundura do buraco.
E algo que ainda não pararam para pensar e é razoável imaginar que comece a acontecer: traumatizados por tudo que passaram, traumatizados por treinarem com técnicos com repertório atualizado em seus times e aqui encontraram gente que nem dar treino mais sabe, por terem seu prestígio arranhado por aqui se apresentarem como turma que se juntou pra pelada, tudo isso em nome de um amor por uma camisa que o entorno deles desmente, bastando apenas olhar para os urubus na carniça que só veem na seleção grande oportunidade de negócios, será que esses jogadores seguirão tendo razão para tanto bate e volta, de Londres para La Paz, de Madri para Bogotá, encarando sufoco e times mais organizados, perigando serem humilhados e ainda ficarem na história como os que não levaram o Brasil para um Mundial? Tudo isso em nome do patriotismo que tem como líderes Marin, Del Nero...Qual é a razão hoje para imaginar que é obrigação passarem por isso, depois de tudo o que passaram agora? E quem não estava, viu tudo o que ocorria? (afinal, assim como na música de Chico, onde "só Carolina não viu", no processo de treino da Copa, só nossa imprensa não viu!).
E saber que quando penarem e pagarem pela indigência tática de nossos treinadores, terá gente dizendo que são "emocionalmente frágeis", quando estiverem impiedosamente dominados, terá gente falando em suas transmissões que "e ainda tem gente que diz não existir problema emocional" e desculpando o treinador, terá gente consultando psicólogos, terá debate sobre isso. Ah, o tal do jornalismo, como faz falta...Por que passarão por tudo isso?
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Esses dias lembrei do Barcelona x Santos de 2011. O massacre na final do Mundial de Clubes. Fui rever um texto que fiz naqueles dias. Estava indignado que, diante do massacre, tivesse gente falando em "complexo de vira-latas", "psicológico", etc. Não acreditei ao reler. Era tudo tão atual, tudo tão igual a hoje. É assim a nossa história. É sempre um prazer para alguns falar que somos uns frágeis emocionais, um Zé Povinho, uma sub raça. E deixamos de ouvir o que um gênio como Pep Guardiola falou. Perdemos ali mais três anos. Perdemos ali talvez a chance de ter um gênio, o homem que mudou o futebol ao fazê-lo voltar para suas origens e responde, como entidade pelos dois últimos títulos mundias, Espanha 2010 e Alemanha 2014.
Ficamos com o esculacho da CBF. Em breve teremos gente vendo qualidade no trabalho de Gilmar e Gallo, o grande pensador do nosso futebol. A que horas a polícia vai descer de rapel invertido e acabar com isso? Vai ser esse esculacho mesmo? Peço que nos matem. Já nos mataram. Mas sem esculacho. Vale apenas lembrar junho de 2013: nem sempre as pessoas suportam tanto esculacho.
Fica o convite para o texto do pós-Barcelona x Santos. É de 18 de dezembro de 2011 mas parece que foi escrito ontem. Tá tudo lá: os Zé Bumbuns discutindo o psicológico, os desmandos da cartolagem...
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18/12/2011
Nada poderia ter sido melhor para o futebol brasileiro do que o humilhante massacre do Barcelona sobre o Santos. Não que este Barça não venha fazendo isso por aí, contra qualquer um, em qualquer lugar. Mas no caso específico desta final de Mundial, o mesmo sentimento generalizado, unânime tomou conta do país: em algum lugar do passado, em algum momento, perdemos o passo, a mão, a bola, o bolo desandou. O tiro de misericórdia para não deixar dúvidas sobre a necessidade de uma reflexão profunda veio na coletiva de Guardiola: "O que tentamos fazer é tocar a bola o mais rápido possível. Na verdade, é o que o Brasil sempre fez, segundo me contavam meus pais e meus avós". Devastador. É preciso entender e traduzir as palavras do treinador: no lugar de provocar, tripudiar, escolheu a elegância habitual quase em tom de pedido, súplica de amante do futebol para que o Brasil retome suas origens. Foi isso que Guardiola fez: um pedido de amante do futebol, que se dói com esse Brasil do cínico pragmatismo.
Coisa para bom entendedor, daqueles para quem meia palavra basta. No caso, disse com todas as letras. Provavelmente desperdiçaremos a imensa chance para a reflexão. As palavras de Mano Menezes em seu blog pós-jogo indicam isso. Falaremos dela logo abaixo. Algumas breves pitacadas em busca desse "elo perdido" do futebol brasileiro se fazem necessárias. Coisas de dentro e de fora do campo.
Em primeiro lugar é preciso entender o que aconteceu, onde e no que perdemos o tal elo. Naquele exato momento em que se trocou a posse de bola, o toque envolvente do Brasil (agora do Barcelona e da Espanha) pela correria, pela obsessão do tal contra-ataque, pela bola parada, pelos duzentos zagueiros e pelos volantes cabeçudos em detrimento dos que sabem sair pro jogo. Quando deixamos de fabricar o meias, pegando todo garoto habilidoso da base e jogando pra frente ou pra volante paradão.
Enquanto isso, lá fora, estava em gestação o futebol de posse de bola, deslocamentos, jogadores sem posição fixa, troca de posições. O que o mesmo Japão tinha visto no Flamengo de Zico, em 1981.
É preciso todo cuidado do mundo agora para que a metralhadora não aponte para todos os lados. Ao contrário do que muitos irão dizer, ainda formamos bons jogadores. Mesmo para meias ou volantes com saída de jogo. Veja o atual brasileiro sub-20. Existem algumas pistas. Adryan, talentoso meia, transformado em homem de frente, aberto num 4/2/3/1, espelhando o esquema da moda por pura macaquice, e mais um talento se esvaindo. O mesmo é verificável nas demais equipes. Algum talento, sufocado em esquemas-espelho da mediocridade do time de cima.
Um pragmatismo cínico cada dia mais incorporado em nossas vidas responde muito por isso. Em todas as esferas. No torcedor que se omite e se exime da obrigação de tentar ver se a seleção ou seu time estão jogando bem, aceitando acriticamente o discurso cínico dos "professores", que ironizam os que "querem ver espetáculo, que deveriam ir ao teatro". Nesse falso dilema entre competição x espetáculo, perdeu-se o óbvio: a questão não é dar espetáculo, é JOGAR BEM, sempre o caminho mais indicado para a vitória. Jogando bem, forçosamente o tal espetáculo vem, mais isso é outra história.
Numa zona de conforto de salários astronômicos, nivelados com os maiores treinadores da Europa, referendados por cartolas mais preocupados em outras coisas do que na responsabilidade de ver seu time JOGAR BEM, nossos professores em sua maioria inundam seus times com 32 volantes cabeçudos, 88 zagueiros, contra-ataques e bolas paradas como arma maior. É o tal pragmatismo cínico que nos assolou e vai mudando nossa história.
O mesmo pragmatismo cínico que vi após a vitória do Barcelona dito tranquilamente na televisão em uma análise. "O jogo de hoje provou que precisamos repensar os conceitos de nosso futebol". Dito por gente que há um ano atrás defendia com voracidade o pragmatismo de Dunga. Ora, das duas uma: ou você defende que se repensem conceitos depois de ver o Barça da posse de bola, da troca de passes e dos deslocamentos de jogadores sem posição fixa, ou você defendia vorazmente o modelo de Dunga, a antítese do Barcelona. Contra-ataque, bola parada, volantões fixos, meias pouco criativos...
A calma que o momento pede não pode permitir também o ressurgimento do complexo de vira-latas, ou querer ver isso aqui ou acolá. Achar que nos curvamos ainda no túnel (o que não houve), que isso ou aquilo, teorias que sempre surgem quando o Brasil perde, vindas geralmente de nossas classes dirigentes e elites, que assim, jogando a culpa na raia miúda, se exime de suas patacoadas e responsabilidades.
Estamos falando de um país capaz de uma das mais assombrosas transformações da história da humanidade: em menos de meio século, passamos de um país agrícola e subdesenvolvido para um país com assento entre as potências econômicas, o país onde o futuro chegou antes do que se esperava, a grande esperança para problemas da humanidade. Falta tanto, divisão de renda, educação, mas a transformação foi assombrosa, a ser contada um dia nos livros de história. E de mais a mais, quando Baggio olhou Romário no túnel ninguém elaborou teorias diminuindo o povo italiano. É preciso manter o foco na floresta, e não se distrair com o dedo que aponta a árvore...
A lição irá desgraçadamente se esvair. Basta ver as palavras de Mano Menezes depois do jogo em seu blog. No lugar da urgente autocrítica, o único culpado nominado foi... a crítica. "Aqui, nossos críticos ainda estão rotulando uma equipe de ofensiva ou defensiva pelo número de atacantes ou volantes que o seu técnico escala na formação inicial, e isso passa para o torcedor". Então tá, a culpa é da crítica, que tem lá as suas, mas essa não, mano velho...Técnicos, assim como seu chefe na CBF, c...e andam para a crítica. Então olhe para o espelho e vamos aproveitar o momento para ver os próprios erros.
Falando no seu chefe, alguém imagina o mandatário acordando no domingo, às 8h30, vendo o jogo, a aula do Barça e depois ligando pro Mano, trocando ideias de futebol, falando da necessidade de reformularmos as coisas, novos conceitos, ou melhor, resgatar antigos conceitos, como disse Guardiola? Podemos explicar parte de nossos problemas por aí, não é, "Professor"?
A calma que pedimos para analisar o que se passa por aqui é providencial para falarmos do Barcelona. Um senhor time de futebol. Para a história. Um privilégio ver isso acontecendo em nosso tempo. Um belo trabalho na base. Mas é só. E isso é muita coisa. Muita coisa mesmo. É que temos também a mania, hipócrita e fruto também do cinismo, de querer que coisas do futebol, do campo, dos atletas, se transformem em "exemplos para a sociedade".
E o cinismo das pessoas e muitas vezes a inocência de outras geralmente embarca nessa. Assim, acriticamente vamos aceitando idealizações sem respaldo na verdade. Ao Barcelona basta e já nos dá demais sendo um time espetacular de futebol, protagonista de uma revolução nas quatro linhas. Quando nos deixamos levar por idealizações, mundos perfeitos, exigir que homens se transformem em modelos, negligenciamos a verdade que não é tão aparente, nos deixamos levar por manipulações. O Barça, (suas categorias de base, seus princípios, seus atletas), não é modelo a ser seguido pela sociedade, como já se escuta aqui e ali, principalmente quando começam a mergulhar na busca das razões para o sucesso do time catalão.
Na presidência, está Sandro Rosell, amigo íntimo de Ricardo Teixeira, que vive em acusações mútuas também com seu antecessor. O homem que levou o patrocínio da Fundação Catar para o uniforme azul-grená. Um corpo que gerou e alimenta Sandro Rosell está longe de ser o modelo de sociedade que sonhamos. Um Barça que busca meninos talentosos na África ou América, ao arrepio da lei do artigo 19 da Fifa, um Barça com todos os pecados do mundo do futebol, e dificilmente seria diferente, sendo ele parte disso tudo. Um Barça que fez uma revolução nos campos, e isso, repito, é muita coisa. Isso diz respeito ao jogo que veneramos, e portanto a nossas vidas. Mas lá como aqui, devemos rejeitar idealizações. Digo porque começo a ver isso se repetir toda hora.
Mas isso é o menos importante aqui e agora. O importante é buscar o elo perdido, que é nossa sobrevivência como brasileiros, mestiços, cafuzos, mamelucos, capoeiras, Manés, Pelés, moleques. Aqueles que os avós do Guardiola contaram um dia ao menino. Algo que se perdeu no tal pragmatismo cínico aqui tratado, exemplificado nos nossos "professores", cartolas, imprensa acrítica, adepta do jornalismo de resultado, das arquibancadas cada dia mais gélidas e cínicas também, elitizadas sem o crioulo sem dente que botava água no feijão para levar seu amor incondicional ao estádio, substituído a cada dia pelo almofadinha que não conhece a derrota na vida. É ele que legitima esse modelo cínico da vitória a qualquer custo que vai nos matando em essência, conteúdo e forma. Até sermos cobrados por um técnico estrangeiro em coletiva.
Ps - só pra descontrair porque o assunto acima é muito sério e diz respeito a nossa sobrevivência como povo, no qual o futebol é parte fundamental de nossa identidade, uma pergunta que tenho me feito nos últimos dias e para qual ainda não arrumei resposta: quem é mais otimista ou crédulo, o sujeito que gasta uma nota preta para ver seu Santos do outro lado do mundo enfrentar o poderoso Barça, ou o sujeito que gasta uma nota preta comprando um ingresso antecipado para um show do João Gilberto?

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Adeus é Brasileiro.



SEMIFINAIS
8/julho/2014
BRASIL 1 x 7 ALEMANHA

Local: Mineirão (Belo Horizonte); Juiz: Marco Rodriguez (México); Gols: Thomas Muller 10, Klose 22, Kroos 23, Kroos 25, Khedira 29 do 1º; Schurrle 23, Schürrle 33, Oscar 45 do 2º; Cartão amarelo: Dante
BRASIL (4-2-3-1): 12. Júlio César (4,5), 23. Maicon (4,5), 4. David Luiz (4), 13. Dante (4,5) e 6. Marcelo (4); 17.Luiz Gustavo (4) e 5. Fernandinho (2) (8. Paulinho , intervalo (3,5)); 20. Bernard (4), 11. Oscar (4) e 7. Hulk (3,5) (16. Ramires, intervalo (4)); 9. Fred (3) (19. William 24 do 2º (3,5)). Técnico: Luiz Felipe (2)
ALEMANHA (4-1-4-1): 1. Neuer (7,5), 16. Lahm (7,5), 20. Boateng (7), 5. Hummels (7,5) (17. Mertesacker, intervalo (7)) e 4. Höwedes (7); 7. Schweinsteiger (7,5); 13. Thomas Müller (8,5), 6. Khedira (7) (14. Draxler 31 do 2º (7)), 18. Kroos (9) e 8. Ozil (7); 11. Klose (8) (9. Schürrle 12 do 2º (8)). Técnico: Joachim Löw (8)

Brasil sofreu maior goleada da história (7 a 1); pior derrota de um campeão mundial; nunca uma equipe havia assinalado cinco gols em 29 minutos e feito o inimigo de bobinho como a superada Alemanha; desde 1974, um time não corria para o abraço cinco vezes na etapa inicial e, desde 1978, uma seleção não carimbava o adversário com cinco ou mais tentos numa semifinal; pela primeira vez um anfitrião não jogará no principal estádio da Copa; maior goleada tomada pelo dono da festa, superando Suíça 5 x 7 Áustria (1954), Suécia 2 x 5 Brasil (1958) e México 1 x 4 Itália (1970); fim de uma invencibilidade de 11 anos em casa.
O maior problema jamais foi emocional, e sim técnico e tático. Isso era evidente, menos para quem preferia proteger o treinador. Time frágil, sem estrutura, sem padrão, sem nada"
Luiz Felipe Scolari é um técnico obsoleto.  É uma óbvia constatação diante dos seus fracos trabalhos no Chelsea, de onde foi demitido, e no Palmeiras, cujo rebaixamento deixou encaminhado quando perdeu o emprego. E na seleção, onde seus equívocos foram inúmeros e não haveria cortina-de-fumaça capaz de escondê-los para sempre. Como a balela de que jogadores de caráter são emocionalmente fracos, que empurrou para segundo plano o trabalho ruim feito no dia-a-dia, que ficava mais evidente nos jogos. Professores" supervalorizados como Scolari precisam ser questionados, como os cartolas que os contratam. Marín e Del Nero chamaram Felipão para atuar como escudo, contando com seu enorme e inegável carisma. O homem errado, no lugar errado, na hora errada. Treinador e dirigentes são sócios no desastre.


sábado, 5 de julho de 2014

A lesão que tirou Neymar da Copa




A coluna vertebral é formada por diversas vértebras empilhadas umas sobre as outras como se fosse um prédio, onde cada andar é uma vértebra. A coluna vertebral protege a medula espinhal e permite a mobilidade do tronco, por isso conseguimos fazer vários movimentos nesta região.
O Neymar fraturou o processo transverso (setas) da terceira vértebra lombar (L3), conforme indicado na figura. O processo transverso é um ponto de ancoragem de músculos e ligamentos na coluna vertebral (por isso parece um espinho), portanto fique tranquilo pois ele não corre o risco de ficar paraplégico, pois este fragmento de fratura não irá machucar a medula dele.
Não será necessária cirurgia. Ele utilizará um colete de estabilização lombar e a fratura consolidará em um período de 4 a 6 semanas. Depois de consolidada a fratura ele voltará a jogar e ser o monstro que sempre foi.

Ciências da Vida

Neymar e Thiago Silva fora, deus é brasileiro? É sim, com ousadia e alegria essa Copa é nossa. É toisss



Mais uma vez, Thiago Silva e David Luiz foram simplesmente brilhantes. Uma dupla que vale por 11. Atrás e na frente. Pararam os atacantes colombianos e garantiram os gols da classificação para as semifinais (2 a 1).
Thiago Silva marcou o primeiro, após escanteio cobrado por Neymar, e David Luiz fez o segundo, numa cobrança de falta espetacular.
A dupla foi tão eficiente na retaguarda que o goleiro Julio César só sujou o uniforme no pênalti que cometeu e James Rodriguez converteu. Não precisou fazer das tripas coração para evitar o pior, como acontecera diante dos chilenos.
Neymar está fora da Copa do Mundo. O jogador sofreu uma fratura na região da coluna, na terceira vértebra lombar, depois de tomar uma pancada nas costas de Zuñiga, no jogo diante da Colômbia, nesta sexta-feira, no estádio Castelão. O camisa 10 deixou o campo de maca e depois foi levado para o Hospital São Carlos, em Fortaleza, onde foi confirmada a lesão.
"Fratura na região da coluna. Não é grave, ele vai sentir dor por certo tempo. Infelizmente, não vai ter condição de jogar. O prazo é muito curto, é uma fratura que evolui muito bem, mas precisa de algumas semanas de recuperação, algumas semanas imobilizado com essa cinta"
O lateral colombiano foi maldoso. Ergueu a perna e com o joelho acertou o nosso artilheiro. A primeira vista queria brecar a jogada. Mas não parecia disposto a causar uma lesão tão grave. A ação em si não foi tão violenta. Num jogo de futebol ocorrem entradas bem mais ríspidas, agressivas, desleais. Mas me parece fato que deliberadamente o lateral deu com o joelho nas costas do brasileiro. Neymar não merecia isso. Primeiro o colocam num time mal armado, agora essa lesão que o tira da Copa do Mundo. Boa sorte ao garoto. Outras virão e ele ainda pode ser campeão, mesmo sem entrar mais em campo.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA, MUITO MAIS QUE UMA QUESTÃO MOTORA.

Será que poderia dizer que o seu objetivo é desenvolver habilidades motoras? Mas como poderia sustentar esse objetivo, se as aulas de Educação Física duram em média 45 ou 50 minutos duas vezes por semana, e as crianças, mesmo ironicamente contra a vontade da escola, se movimentam em outros ambientes por meio de estímulos e necessidades? As crianças necessitam das aulas de Educação Física para completar o seu desenvolvimento motor? Se pesquisas mostrarem que sim, seriam apenas 100 minutos por semanas suficientes?
Ou as aulas de Educação Física se justificariam pelo fato de se caracterizar como o único momento que seria permitido às crianças se movimentarem, nas cinco horas que passam confinadas dentro da escola?
Nesse sentido, o objetivo seria apenas recrear as crianças? Apenas para ocupar o tempo em atividades descontextualizadas dirigidas por adultos? Então o professor seria apenas um monitor e não um especialista na área?
Por outro lado, será que a Educação Física deveria ser responsável por selecionar atletas para abastecer o cenário olímpico nacional? E se esse é o caso, por que os esportes ensinados são apenas futsal, basquete, vôlei e handebol?
É incontestável que qualquer disciplina deva ensinar o aluno a viver em sociedade. Por isso, as ações pedagógicas devem ser voltadas para encontrar problemas para as soluções do mundo. A escola e a Educação Física devem ser vistas como uma prática primordial para o desenvolvimento do individuo num ambiente humano, cultural e social.
Sendo assim, a Educação Física só se justifica na escola se propor realizar um projeto integrado com as demais disciplinas, almejando desenvolver a consciência sobre a experiência humana e autonomia, por meio de práticas corporais.
As aulas de Educação Física não devem exclusivamente possibilitar o desenvolvimento motor, mesmo porque, não é aceitável o fato de que somente duas aulas semanais sejam suficientes para potencializar o desenvolvimento motor.
São poucas as pessoas que algum dia visitarão as quatro maiores ilhas que compõe o Japão, ou que utilizarão conscientemente um anacoluto, uma prosopopeia, ou uma oração subordinada adverbial, mas todos assistem e continuarão a assistir cada vez mais, filmes sobre futebol americano, beisebol, chorando e se emocionando com as cenas. Porém não compreendendo nada, nem de lógica do jogo, nem muito menos seu componente ideológico.

Porém, não quer dizer que a Educação Física seja mais importante que as outras disciplinas, mas mostra que ela deveria ter o mesmo grau de importância dado às outras disciplinas, já que também faz parte do processo de formação dos cidadãos.

sábado, 28 de junho de 2014

Mineirão, um palco propício aos milagres dos pênaltis.




FICHA TÉCNICA:
BRASIL 1 (3) X 1 (2) CHILE
Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data: sábado, 28 de junho de 2014
Horário: 13h (de Brasília)
Público: 57.714
Árbitro: Howard Webb (ING)
Assistentes: Michael Mullarkey e Darren Cann (ambos ING)
Gols: David Luiz, aos 18min, Alexis Sánchez, aos 32min do primeiro tempo
Cartões amarelos: Hulk, Luiz Gustavo, Jô, Daniel Alves (BRA); Mena, Silva, Pinilla (CHI)
BRASIL: Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Fernandinho (Ramires) e Oscar (Willian); Hulk, Fred (Jô) e Neymar
Técnico: Luiz Felipe Scolari
CHILE: Bravo; Jara, Isla, Medel (Rojas) e Mena; Silva, Díaz, Aránguiz e Vidal (Pinilla); Vargas (Gutiérrez) e Alexis Sánchez
Técnico: Jorge Sampaoli
Emocionalmente falando, estou muito feliz. O susto foi grande,mas passamos.
Foi um jogo ruim. E estamos com muitos problemas.
Não temos um time.
Não temos meio campo.
Emocionalmente falando o time está visualmente abalado.
É muito peso nas costas de um garoto de 22 anos.
Mudanças vão ter que acontecer, mas nosso querido técnico acredita piamente que o time que ele idealiza está doente.
Uma mudança obrigatória ai ter que acontecer. Luiz Gustavo está suspenso.
O que fazer?
Bom, eu optaria por Davi Luiz como primeiro volante e e entraria com Dante na zaga.
Não insistiria mais com centroavante. Entraria com Willian e lançava Neymar como falso 9.
Manteria sim o Hulk. Taticamente ele é muito importante. Oque aconteceu na saída de bola errada foi uma infelicidade. Acontece mesmo.
Acho que tem que dá uma chacoalhada no Oscar. Por que hoje nós jogamos com menos dois em campo. Sem Fred e sem Oscar. o pior Chile entrou em campo com 12, o árbitro jogos a favor deles.Aos 10min da etapa complementar, o lance mais polêmico. Hulk foi lançado e bateu para marcar o que seria o segundo gol brasileiro. Mas Webb considerou que ele dominou a bola com a mão. Pelo lance, o camisa 7 foi advertido com o amarelo e ficou pendurado. 
Bom do jogo de hoje é que descobrimos que temos um goleiro, um lindo goleiro.
Por fim o estádio Mineirão vais ficar notabilizada como estádio dos milagres dos pênaltis. Quem não se lembra das finais da Libertadores que Atlético Mineiro foi Campeão com goleiro Victor defendendo pênaltis.



domingo, 1 de junho de 2014

Quanto vale a Copa do Mundo?

A Copa custou caro mesmo?

Não há nenhum exagero em afirmar que o que pode acontecer, no Brasil, durante a próxima Copa do Mundo, é imprevisível. De fato, tudo pode acontecer, desde greves de transportes até tumultos na proximidade dos estádios, dificultando o acesso do público ou mesmo provocando a desistência daqueles que preferirem não pôr em risco sua integridade física.
Espero que nada disso aconteça, que o propósito dos vândalos não se realize, e o povo possa assistir aos jogos com relativa tranquilidade. É, sinceramente, o que desejo, mas se é o que vai acontecer, não sei nem ninguém sabe.
O governo do PT deve estar perplexo diante do que poderá ocorrer e, quem sabe, lamentando a jogada de Lula de trazer a Copa para o Brasil a qualquer preço. E não apenas isso: alcançado esse objetivo, inventou de fazê-la em 12 capitais, em vez das oito previstas pela Fifa. Claro, sua megalomania e seu projeto de poder não deixariam por menos.
O resultado foi o que se está vendo: estádios caríssimos, em cidades onde o público de futebol é escasso e que, passada a Copa, estarão sem a necessária utilização. O estádio de Brasília é um exemplo disso: custou mais de R$ 1 bilhão e dificilmente terá público para encher a casa após a Copa.
Isso sem falar no fato de que alguns desses estádios não estarão prontos e acabados, como era de se esperar, já que nenhum outro país dispôs de tanto tempo para se preparar para a Copa.
Resultado da falta de seriedade com que são assumidas as tarefas importantes no Brasil de hoje, cujos cargos técnicos são ocupados por companheiros de partido sem competência para efetivamente exercê-los. Além disso, há ainda a corrupção, em função da qual as obras nunca terminam no prazo para que o seu custo possa ser duplicado, triplicado, quadruplicado.
Uma vergonha, no final das contas. Por isso mesmo têm razão os que saem às ruas para protestar contra a dinheirama despendida com as reformas e a construção de novos estádios para a Copa do Mundo. Afirmam que, em vez de gastar bilhões de reais nessas obras, o governo deveria gastá-los com a educação, a saúde e a infraestrutura.
Acuado, lançou mão de um argumento aparentemente irrefutável. Mandou um alto funcionário seu declarar que, comparado com os recursos que o governo destina à educação, os gastos com a Copa do Mundo são insignificantes. Segundo ele, enquanto as despesas com o evento esportivo chegaram a R$ 25,8 bilhões, para a educação foram destinados mais de R$ 280 bilhões. Não há, portanto, do que reclamar.
Sim, aparentemente, não há. Sucede, porém, que não é essa a questão, ninguém disse que o governo gastou mais dinheiro com a Copa do que com a educação. O que se diz é que, num país onde a qualidade do ensino é lamentável, não tem cabimento gastar bilhões para construir estádios de futebol.
Se é mesmo verdade que o governo federal destina aquela quantia à educação e, ainda assim, o ensino público é de péssima qualidade, das duas uma: ou essa quantia de reais não é ainda suficiente para atender as necessidades do ensino público, ou parte dela foi desviada da finalidade educativa a que se destinava.
O que é inegável - porque está todos os dias na imprensa e na televisão - é a precariedade da rede escolar, com escolas ameaçando desabar e salas de aula infiltradas pela chuva. Isso sem falar nos casos em que nem escola existe, quando as aulas são dadas em choupanas ou telheiros por professoras que ganham um salário miserável, ou não ganham nada.
É certo que nem tudo isso é responsabilidade do Ministério da Educação, mas tampouco pode ignorá-lo. Já os professores ganham tão mal que são obrigados a ensinar em vários colégios, quando não mudam de profissão para poder sustentar a família.
De qualquer modo, o que se sabe é que os professores ganham mal e que os alunos concluem o ensino fundamental mal sabendo ler e escrever. Essa é uma das razões porque a presidente Dilma Rousseff tem sido vaiada quando aparece em público em diferentes regiões do país. Por isso mesmo, duvido que ela compareça ao jogo inaugural da Copa, quando o Brasil enfrentará a Croácia.
Por Ferreira Gullar