Educando e Evangelizando.
XII - Semana Cultural do CMB.
Na Idade Antiga, Esporte também é Arte.
Mariane Bandeira Girão.
Forteleza, 30 de setembro, 2013.
Na Idade Antiga, Esporte também é Arte.
Na época da Grécia Antiga os Jogos Olímpicos eram grandes festividades, de cunho religioso
artístico e esportivo, que aconteciam de quatro em quatro anos, no famoso
Santuário de Olímpia, cidade conhecida pela estátua de Zeus, erguida em sua
homenagem entre 456 e 468 a.C. A primeira edição do festival se deu
em 776 a.C.
Os jogos Olímpicos da antiguidade eram
organizados por Élide (os nobres) e realizados na região de Peloponeso, para
participar do festival, se fazia necessário pertencer a classes favorecidas da
sociedade, além de ter praticado esporte desde criança. Poderiam participar
pessoas de colônias das costas do Mar Negro e Mediterrâneo. Não poderiam
participar os bárbaros, mulheres e
escravos. Os vencedores eram homenageados em suas respectivas cidades, com a
construção de estátuas e benefícios como alimentos gratuitos.
Os Jogos Gregos marcaram o conceito
inicial dos esportes. Nesse período, eram disputados os Jogos Fúnebres, os
Jogos Píticos, os Jogos Ístmicos, os Jogos Nemeus e os Jogos Olímpicos.
Os Jogos Fúnebres eram
realizados durante os funerais de personagens notáveis. Algumas cidades, como
Atenas, realizavam tais certames para
honrar seus guerreiros caídos em combate.
Os Jogos Píticos, segundo
Tubino (1992, p.30), disputados em homenagem a Apolo, foram criados em 528 a.C.
Eram os mais antigos e compreendiam, além das provas esportivas, as competições de poesia, canto e música.
Esses jogos eram celebrados em Delfos e o prêmio, que inicialmente era sob a
forma de recompensa em dinheiro, passou a ser um ramo de cedro. Mais tarde, foi
substituído por uma coroa de louros.
Os Jogos Ístmicos, relata
Tubino (1992, p. 30), eram disputados em Corinto. A cada dois anos, havia as
mesmas provas que os Jogos Olímpicos, com ligeiras adaptações. Nesses jogos,
também existiam competições artísticas e
intervenções de poetas e historiadores. Os vencedores recebiam uma coroa de
aipo silvestre; tempos depois, essa premiação foi trocada por dinheiro.
Um dos aspectos mais importantes
desses jogos foi que, ao lado dos Jogos Olímpicos, propiciaram tréguas nas guerras
para o desenvolvimento das competições. Esses jogos eram realizados em honra a
Poseidon, deus do mar, conhecido pelos romanos como Netuno.
Os Jogos Nemeus de
acordo com Ramos (1982, p.140), eram realizados em Philius, na Nemeia, de dois
em dois anos, em honra do Zeus de Kleonae. No início, tinham significação
fúnebre, pois foram instituídos em honra do filho de Licurgo, morto por uma
serpente.
Os atletas competiam classificados
pela idade, em três categorias, nas corridas de estádio e hípica, na luta, no
pugilato, no pancrácio e no pentatlo. Os concursos artísticos completavam a
programação. Os vencedores recebiam uma coroa de mirto.
Os Jogos Olímpicos eram
desenvolvidos em Olímpia, na Elida, de quatro em quatro em anos, em homenagem a
Zeus (Júpiter), rei dos deuses. Foram disputados 293 vezes, durante 12 séculos,
entre 776 a.C. e 394 d.C. (para alguns autores 393 d.C.).
Os jogos eram anunciados por arautos
(portadores da trégua), que viajavam por toda a Grécia para anunciar “a trégua
sagrada”, que suspendia as guerras e divulgava o início da competição. Na
organização dos jogos, existia uma regulamentação precisa, dirigida pelos
chamados “helenoices”. Eram pessoas de grande respeito entre os gregos e que se
encarregavam de todos os aspectos organizacionais, até mesmo treinamento dos
indivíduos que participavam como árbitros ou atletas. E a Tocha Olímpica era
acesa.
Olha como a Arena ficava lotada de
diferentes civilizações.
Modalidades Esportivas.
Corridas pedestres.
As corridas pedestres
incluíam quatro tipos de corridas.
O Estádio, estádio era a prova mais antiga e de
maior prestígio, já que o seu vencedor daria o seu nome aos jogos. Consistia
numa corrida de 192 metros, o comprimento do estádio.
O Diaulós (ou duplo
estádio) correspondia a uma corrida de 384 metros.
O Dolichos era uma corrida
que variava entre os 7 e os 24 estádios.
Hoplitódromo a corrida com armas variava entre os 2 e os 4 estádios e nela os
atletas levavam o capacete e o escudo dos hoplitas, o que poderia ser penoso
dado o peso que representava este armamento. Para evitar a fraude, os escudos
usados pelos atletas eram guardados no Templo de Zeus, de modo a evitar que
alguém corresse com um escudo que fosse mais leve.
‘ Por isso esporte e arte
se misturavam na Idade Antiga. Eles pintava movimentos do esporte em vasos.
Corridas eqüestres.
Este tipo de prova incluía as corridas de
carros ou de cavalo de sela. Nas primeiras poderiam usar-se dois cavalos (bigas) ou quatro cavalos (quadrigas). As quadrigas teriam sido introduzidas nos Jogos Olímpicos
pela primeira vez em 680 a.C.. e as corridas de cavalo de sela em 648 a.C. Uma
corrida de carros consistia em doze voltas ao hipódromo, tendo cada volta entre
823 e 914 metros; a corrida de cavalo era uma volta do hipódromo.
Não eram os homens que tinham vencido as
corridas que recebiam as coroas, mas os donos dos cavalos, dado que estes
implicavam custos que só os mais ricos poderiam suportar. Assim, algumas
mulheres com posses e políticos tornaram-se vencedores destas corridas, sem
nunca terem participado nelas.
Luta, pugilato e pancrácio.
A luta nasceu no Próximo Oriente, tendo sido adaptada pelos Gregos talvez na
época micénica. Tinha como deus padroeiro Hermes.
Na luta grega era necessário
provocar três vezes a queda do adversário para se consagrar vencedor.
Considerava-se que tinha ocorrido uma queda quando as costas, ombros ou peito
do adversário tinham tocado o chão. Antes de iniciarem a luta os concorrentes
lubrificavam o corpo com azeite e deitavam um
pouco de terra para evitar que a pele se tornasse escorregadia. A prova não
possuía um tempo limite. Era permitido partir os dedos do adversário, mas não
era permitido realizar ataques na região genital ou recorrer a mordeduras.
Existiam provas reservadas aos homens adultos e aos rapazes.
A prática do pugilato na Grécia Antiga remonta ao século VIII a.C.. Apenas se poderia atacar
com os punhos e os concorrentes envolviam os dedos com tiras de couro. Não
existiam assaltos nem categorias baseadas no peso dos atletas. O jogo terminava
quando um dos atletas ficava inconsciente ou colocava um dedo no ar em sinal de
desistência.
O pancrácio era uma combinação da luta e do
pugilato, sendo o seu resultado uma prova extremamente violenta, cujos concorrentes
poderiam mesmo vir a morrer. Tudo era permitido, com exceção de enfiar dedos
nos olhos, atacar a região genital, arranhar ou morder. A vitória ocorria
quando um dos atletas já não conseguia continuar a lutar, levantando um dedo
para que o juiz se apercebesse.
Para cada um destes
desportos, existiam provas reservadas aos homens adultos e aos rapazes.
Vaso que representa cena de luta. Mais uma demonstração de Arte.
Pentatlo.
O pentatlo dos Gregos antigos era composto pelo lançamento do disco, lançamento do dardo, salto em comprimento, a corrida de estádio (semelhante aos 200 m) e a luta.
O disco lançado pelos
atletas pesava cerca de 9,5 quilos e poderia ser feito de pedra, ferro ou
bronze. O vencedor era aquele que conseguia lançar o disco o mais longe
possível e o vencedor era também considerado um herói. Quanto ao dardo possuía
a altura de um homem e era feito em madeira. No salto em comprimento
recorria-se a quatro halteres que impulsionavam o atleta na subida e que eram
depois atirados quando este descia.
Caso um atleta
tivesse vencido as seis primeiras provas do pentatlo, não se realizavam as duas
últimas.
O vencedor, considerado como o
preferido dos deuses, recebia solenemente como prêmio uma coroa de ramo de
oliveira silvestre.
Nike, a mensageira dos deuses
Os Gregos Antigos consideravam que eram os deuses que
decidiam conceder a vitória para um atleta. A vitória era frequentemente
representada por uma fêmea alada(com asas) caracterizada como Nike, que,
significa "vitoria" em Grego, como servente ou mensageira dos deuses,
Nike voava para a pessoa escolhida, trazia a ele uma recompensa divina em forma
de coroa ou fita.
No Egito, a prática esportiva foi bastante evidenciada. A luta livre, o boxe, o
arco e flecha, a esgrima, as corridas e os saltos, disputando primazia com a
natação e o remo, foram os esportes de maior aceitação.
Os hindus apresentavam em suas atividades físicas as características
médico-higiênicas, fisiológicas, morais, religiosas e guerreiras.
Os japoneses, cujas atividades físicas estavam relacionadas ao mar, em função das
condições geográficas da região, desenvolviam também as atividades praticadas
pelos guerreiros feudais, conhecidas como samurais. Deu origem ao Sumô.
Os romanos são lembrados pelas festas
conhecidas como jogos circenses, que se constituíram em jogos públicos e foram
abolidos em 521 d.C. depois da invasão dos bárbaros. Esses jogos circenses eram
inúmeros, onde os mais conhecidos eram as JUSTAS
e GLADIADORES.
JUSTAS é um desporto jogado por
dois cavaleiros com armaduras montados em cavalos. Consiste numa competição marcial entre dois cavaleiros
montados, usando uma variedade de
armas, geralmente em grupos de três por arma (como a inclinação com um lança, os golpes com machados, ou os golpes com a espada, entre outros, muitas vezes, como parte de um torneio.
GLADIADOR era um lutador escravo treinado na Roma
Antiga. O nome "Gladiador" provém da espada
curta usada por este lutador, ogladius gládio. Eles se enfrentavam para entreter o público, e o duelo só
terminava quando um deles morria, ficava desarmado ou ferido sem poder
combater. Nesse momento do combate é que era determinado por quem presidia aos
jogos, se o derrotado morria ou não, frequentemente influenciado pela reacção
dos espectadores do duelo. Alguns dizem que bastava levantar o polegar para
salvar o lutador, outros dizem que era a mão fechada que deveria ser erguida.
Segundo Oliveira (1983, p. 30), a
mais antiga instalação esportiva de Roma era o circo, concebido para a
realização das corridas de carro (a grande paixão dos romanos), corridas a pé e
lutas de gladiadores. O mais antigo desses circos foi o Máximo, construído
ainda no império monárquico (século IV a.C.)
O Coliseu foi o mais famoso
anfiteatro romano. Teve sua origem no fim do período republicano (509/27 a.C.)
e foi idealizado para abrigar festas religiosas e populares.
Tinha capacidade para acomodar 100
mil pessoas (OLIVEIRA,1983, p.30). Oliveira (1983) afirma que tanto os circos
como os anfiteatros representam a decadência da civilização romana. No período
imperial (a partir de 27 a.C.), transformaram-se nos locais em que multidões
entusiasmadas exultavam com as deprimentes exibições dos gladiadores, lutando
entre si ou com animais.
Esses locais também foram palco dos
degradantes espetáculos de sacrifícios humanos, nos quais os primitivos
cristãos eram devorados por feras. Todo esse contexto fazia parte da política
conhecido como “pão e circo”. Os imperadores ganhavam a simpatia popular, distribuindo
rações diárias de trigo e alienando a plebe com esses artifícios “esportivos”,
de inspiração ideológica.
E para concluirmos vale ressaltar a grande
contribuição dos jogos e da arte da Idade Antiga para os Jogos da Idade
Moderna. Naquele tempo se interrompia guerras e todos se uniam em prol da Arte
e do Esporte. Essa sensação de Paz e União estão representadas nos Anéis
Olímpicos.
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