domingo, 25 de março de 2012

MUAMBA, JOGADOR DO BOLTON, SOBREVIVE APÓS SER CONSIDERADO MORTO.

Quanto mais detalhes surgem da história de Fabrice Muamba, mais impressionante ela se torna.
A recuperação do jogador de futebol do Bolton que desmaiou em campo no último sábado durante jogo do Campeonato Inglês está sendo rotulada de "milagrosa".
O atleta de 23 anos teve uma parada cardíaca às 18h13 e seu coração voltou a funcionar novamente apenas às 19h31. Segundo o médico de seu clube, ele esteve "morto" por 78 minutos. Mas como isso é possível?
Os detalhes completos ainda não são conhecidos, mas a explicação mais provável e sugerida por envolvidos em sua recuperação é a de que, mesmo enquanto seu coração parou de funcionar, ele reteve algum tipo de vida.
O ataque cardíaco que ele sofreu fez com que seu coração não se contraísse e impulsionasse o sangue pelo corpo. No entanto, mesmo quando isso acontece, alguma atividade elétrica pode ainda estar ocorrendo no coração.
Se é esse o caso, uma das seguintes situações pode estar acontecendo:
  • o coração pode desenvolver um ritmo anormal, conhecido por fibrilação ventricular, em que ele treme como uma gelatina;
  • ou ele pode desenvolver uma taquicardia ventricular, quando ele fica fora de controle;
  • outra explicação é ele ter desenvolvido uma atividade elétrica mínima em que há um ritmo organizado, mas não contrações cardíacas.
Reanimação
Em alguns casos, podem ocorrer uma alternância entre os três estados. O importante é que a reanimação cardiopulmonar (RCP) comece o quanto antes.
O procedimento bombeia artificialmente o sangue pelo corpo, dando um tempo maior para que os médicos encontrem uma maneira de fazer o coração voltar a funcionar. Cada minuto de atraso para o início da RCP reduz as chances de sobrevivência em 10%.
Neste aspecto, o jogador teve sorte. No estádio de White Hart Lane, havia uma equipe completa de médicos equipados.
Havia ainda um cardiologista na arquibancada, que se juntou rapidamente aos que prestavam socorro ao jogador.
Vida em jogo
Mas apenas a RCP não basta, já que o procedimento só dá à vítima de uma parada cardíaca uma chance de 5% de sobrevivência.
Muamba recebeu também oxigênio e choques de um desfibrilador para fazer o coração voltar a trabalhar. Ele foi rapidamente levado de ambulância a um hospital, recebendo outros choques antes que seu coração funcionasse novamente.
Mas estaria ele mesmo morto? "Diria que sua vida estava em jogo", afirma Cathy Rossa, da ONG britânica British Heart Fundation.
"Você pode ter um ataque cardíaco e não existir atividade elétrica. Mas quando isso acontece, é muito difícil ressuscitar alguém", diz Rossa.
"Os que prestavam ajuda a ele deviam estar tendo algum tipo de resposta, porque de outra forma você não prossegue fazendo RCP por tanto tempo", acrescenta. "Mas, quando há alguma coisa, você continua. Setenta e oito minutos é muito tempo, embora não seja inédito."
Fonte: BBC Brasil

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