O Brasil é o país do futebol. E isso fica mais claro ainda para todo mundo quando vivemos as duas semanas de Olimpíada de quatro em quatro anos. O povo brasileiro gosta de esporte, mas ama mesmo o futebol - e entende mesmo é de futebol.

As críticas da mídia e da população em geral em relação ao desempenho de atletas brasileiros (algumas de nossas esperanças de medalha) nos Jogos de Londres são emblemáticas.

Os nobres (e quase heroicos) representantes dos 'outros esportes', por outro lado, reclamam da falta de condições, falta de estrutura, falta de respaldo, falta de compreensão, falta de respeito, falta de tudo - quando saem derrotados e decepcionados.

Só damos importância aos outros esportes durante os Jogos Olímpicos? Sim. Sempre foi assim. Infelizmente deve ser sempre assim. E será mais assim ainda (com mais cobrança) na próximo Olimpíada, que, por sinal, é o nosso país quem receberá em 2016, no Rio.

E o futebol nesse contexto? O futebol também pena durante a Olimpíada, onde nunca chegou ao topo. A seleção brasileira de futebol é cobrada de tal forma que muitos de nós (pode admitir, sem vergonha) torcemos contra durante os Jogos - isso não acontece nos 'outros esportes'.

Torcemos contra porque é obrigação do futebol ganhar sempre. Eles têm condições, têm estrutura, têm respaldo, têm dinheiro, têm mídia, têm tudo... Eles precisam ganhar sempre.

A cobrança é desproporcional se levarmos em conta os outros esportes. Os jogadores de futebol no Brasil são cobrados nas Olimpíadas, antes das Olimpíadas, depois das Olimpíadas, todos os dias... São os ossos do ofício.

No Brasil, futebol é futebol. O resto, é educação física